sábado, 20 de outubro de 2007

Debate: Crise da Sub-Prime e Bancos Centrais

O crédito hipotecário “sub-prime”, significa a concessão de crédito hipotecário de alto risco, a família com scoring de risco alto, ou seja, é um crédito que não valorizou as ferramenta de Scoring reactivo que através de variáveis principais como a estabilidade de emprego, taxa de esforço, relacionamento bancários e outros, consegue medir o risco e aprovar ou rejeitar operações de crédito a um preço determinado.
Este tipo de crédito era autorizado com base no valor da habitação que lhe servia de garantia, no pressuposto que esta só valorizava! Era a época do crédito hipotecário dos chamados “no job” com LTV´s (Loan-to-Value) a 100 % ou seja LTV = V.P./V.V.
- Recordo-me nos anos noventa de se aprovarem muitas operações de crédito com base apenas nas garantias e muitas eram efectuadas com base no “bom nome” sem se avaliar a capacidade de solvência da dívida.
A situação do incumprimento dos créditos nos E.U.A. negociavam-se com a colocação das casas novamente no mercado com uma valorização significativa que compensava os prejuízos do incumprimento. Mas, a crise de liquidez instalou-se com a desvalorização deste mercado imobiliário. Os riscos estão aí e são reais.
A escassez do crédito já se faz sentir.
Os bancos começam a praticar spread mais altos, apesar de se notar uma desacelaração das taxas de juro de referência a 1 ano e seis meses. O risco dos próprios bancos subiu sgnificativamente, tanto é que o dinheiro agora está mais caro.
Os bancos Portugueses conseguiam até Julho financiamento com spread’s face às obrigações do tesouro Alemão (bunds) de 15 a 30 pontos base. Agora passados dois meses e meio estas margens cifram-se nos 90 pontos base.” Afirmou um administrador de um banco português recentemente.
Vale mais uma má decisão do que nehuma decisão. E concordo com Charles Wyplosz. Os bancos centrais, como afirmou Dr. Silva Lopes numa entrevista ao Diário Económico, têm de ter o mercado mais regulado. "O BCE não poderia punir milhões de cidadãos que não tiveram nada a ver com a gestão dos seus bancos" e Charles Wyplosz alerta para a falha que aconteceu em 1929.

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